Astronomia

Imagem: Nebulosa de Órion.

09 de Fev. de 2021 | Rafaela Botelho

A ciência que estuda os corpos celestes

A Astronomia é a mais antiga das ciências, e surgiu pela observações dos astros no céu. Existem evidências da observações astronômicas entre os povos pré-históricos. Estudando os sítios megalíticos, como o círculo de Stonehenge, na Inglaterra, os astrônomos e arqueólogos chegaram à conclusão de que os alinhamentos e círculos de menires derivam de autênticos observatórios lunares e solares.

Observando o céu em uma noite estrelada, é possível notar que nem todas as estrelas possuem o mesmo brilho ou a mesma coloração. Essa variedade de brilho das estrelas pode ser explicada pela sua localização, pois nem todas estão à mesma distância da Terra, pelo contrário, situam-se a distâncias das mais diversas.


Astronomia através dos tempos

A sucessão de dias e noites permitiu ao homem começar a solucionar o problema das medidas de tempo. Era possível contar quantos dias se passavam depois de ocorrido determinado fenômeno e monitorar quanto tempo faltava para o próximo período de chuvas ou de seca. Se um dia facilitou a marcação de um período de 24 horas, por sinais em rochas ou nós em cordas o ciclo das fases da Lua (crescente, cheia, minguante e nova) induziu os homens a adotarem intervalos de tempo mais longos, de sete dias: as semanas. Após isso, o padrão de intervalos de chuvas e secas, determinando os períodos de colheita, levou a adoção de intervalos ainda maiores, surgindo então a ideia das estações. Foi observando o movimento das estrelas que permitiu a associação do aspecto noturno do céu às variações meteorológicas. Além disso, esses astros tiveram ampla utilização nas navegações como indicação da localização durante o período noturno.

Diferentes conjuntos de estrelas no céu passaram a significar sinais de um nova estação climática e, para memorizar os diferentes aspectos do céu, o homem ajuntou as estrelas em agrupamentos aparentes de estrelas, as constelações, designando-as com nomes de personagens e animais de sua mitologia.

A nova astronomia surge com Newton, em uma época de filosofia natural, fixando bases da mecânica teórica. Da combinação de suas teorias com a lei de gravitação, surge a confirmação das leis de Kepler, e assim o estabelecimento da mecânica terrestre e celeste. No domínio da óptica, Newton inventou o telescópio refletor, discutiu os fenômenos de interferência, e desenvolveu as ideias básicas dos principais ramos da física teórica.

A astronomia moderna, parecida com a que conhecemos hoje, como ciência de observação, teve seu desenvolvimento intimamente ligado aos métodos e instrumentos astronômicos. Foram então vencidas as principais barreiras filosóficas existentes nas interpretações de certos fenômenos, registrados desde a remota antiguidade. Apesar de Ptolomeu ter noção da diversidade das radiações das estrelas, e de o astrônomo holandês David Fabricius (1564-1617) ter analisado as variações dessas radiações, foi somente no século XIV que apareceu a astrofísica.

A espectroscopia estelar, a construção dos grandes telescópios, a substituição do olho humano pelas emulsões fotográficas e células fotoelétricas e os objetivos de sistematização e classificação, fizeram a astronomia evoluir mais nestes últimos cinco decênios do que nos cinco milênios de toda a sua história. A partir desse momento, em consequência do desenvolvimento tecnológico da segunda metade do século XX, a história da astronomia sofreu uma tal mudança nos seus métodos que a astronomia deixou o seu aspecto de ciência de observação para se tornar também uma ciência experimental.

Num aspecto atual, a astronomia é, então, uma ciência natural que estuda corpos celestes e fenômenos que se originam fora da atmosfera da Terra, se preocupa com a evolução, a física, a química e o movimento de objetos celestes, bem como a formação e o desenvolvimento do universo.


Referências:
Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas. O livro de ouro do universo - 2. ed. - Rio de Janeiro: HarperCollind Brasil, 2019.